Esse ano já foi marcado na história mundial pelo fato de estarmos enfrentando a pandemia e, o impacto, crise e transformação que ela vem causando em nossas vidas. E com tudo isso, não só o nosso comportamento, hábitos, rotinas, mas também as relações com as pessoas tiveram que mudar. E diante disso tudo, vamos tentando nos adaptar a esse novo normal que a sociedade nos impôs. Tivemos que remodelar nosso dia a dia em todos os sentidos praticamente. Maneira de nos locomover, nos alimentar, trabalhar, estudar, comprar e se divertir.
Dia desses assistindo a uma palestra sobre tendências de comportamento e consumo, a palestrante falou em “efeito cocooning”, ou melhor, encasulamento, como sendo a tendência que mais ouviremos falar doravante. E o que significa esse termo? Na mesma hora fiquei a me perguntar. E ela foi explicando de maneira que consegui entender. Se formos traduzir cocooning do inglês, seria enrolado em casulo, daí então o termo encasulamento. E daí, o que seria o encasulamento propriamente dito? Nada mais nada menos que a intenção das pessoas estarem mais recolhidas em casa, diminuindo assim, as ações desempenhadas fora de casa.
Sabem aquela história de “meu lar, meu porto seguro”? É mais ou menos por aí. A tendência é fazermos da casa, nossa fortaleza, onde recolhidos, nos sentimos mais protegidos do mundo lá fora.
Em nosso país isso até já estava de certa maneira acontecendo devido à violência, medo de sair de casa, etc. Casas em condomínios fechados com toda infraestrutura que permite aos moradores reduzirem as saídas de casa. Mas o que vivemos atualmente é de nível mundial. Todos os países passam pelo mesmo problema e para eles isso é novo.
Agora, uma coisa não se pode negar, o fator “facilidade” veio juntar-se a busca por proteção e o tal do encasulamento tornou-se de certa forma atrativo sob meu ponto de vista. Muito interessante, diria eu, principalmente para nós Personal Organizers.
E isso porque, nunca se esteve tanto em casa como nesses últimos três meses. E esse tempo, levou muitas famílias a perceberem suas casas, suas rotinas e hábitos. Sua organização, sua bagunça exterior e até a interior. A notarem, muitas delas, que uma casa em ordem traria muita facilidade e agilidade no seu dia a dia. A maioria das pessoas está trabalhando em casa, muitas sem as funcionárias que as auxiliavam, e estão tendo que dar conta de tudo. Com certeza essas pessoas estão repensando seus valores, seus “modus vivendi” e chegando a conclusão que é primordial ter-se um ambiente organizado e limpo para se viver.
E a nossa tão sonhada hora chegou, pois nunca na história desse país, nossa profissão foi tão importante. E como estão percebendo que a casa é o casulo precisarão ter uma vida mais prática, confortável e segura, e com isso é hora de entrarmos em campo. Mas como, na atual conjuntura? Confesso que também fiquei me perguntando sobre isso. Foi quando a locutora falou de três atitudes que devemos ter e que eu quero dividir com vocês.
Ela disse que para avaliarmos o nosso trabalho, aquilo que fazemos, nesse “novo normal”, precisaremos enxergar e conduzir as coisas a partir de três ações: Revisar, estabilizar e reconfigurar. Primeiro devemos revisar as mudanças que ocorreram com relação a nossa profissão e as pessoas, a atitude delas, o consumo, a maneira de nos relacionarmos com os clientes, a expectativa dessas pessoas com o bem estar que poderemos levar até elas.
Depois estabilizar, afinal a normalidade vem da estabilidade – de novos hábitos, de novos padrões de comportamento. Nada será como antes. Então bora procurar novos pontos de partida, novas atitudes para o futuro. Porque depois da crise, teremos um consumidor mais critico, que gostará de saber se o nosso serviço vale o que ele está pagando, até porque ele terá menos dinheiro também. Ele só irá investir naquilo e em quem represente o que ele realmente deseja.
E por fim reconfigurar, ou seja, com maior entendimento do que estamos vivenciando e dos possíveis cenários onde poderemos levar nossos serviços, avaliar o que precisará ser reconfigurado em nossa estratégia e relação com nossos clientes. Qual nosso posicionamento e o que poderemos oferecer. Prestar atenção às novas óticas, novas estratégias a serem adotadas daqui para frente, o que pesará mais no processo de escolha e decisão de nossos clientes. Quais as novas motivações e emoções na nova rotina daqueles que utilizam nossos serviços.
E depois desse exame minucioso, teremos com certeza um direcionamento daquilo que precisaremos fazer nos próximos meses com base naquilo que sentimos, das expectativas desses potenciais clientes. O que é importante no futuro próximo é provocarmos um impacto positivo, de levar conforto, criar novas rotinas para essas pessoas reforçando as novas normas sociais que não serão mais aquelas praticadas anteriormente.
A quarentena, o isolamento, acabou forçando todos a reinventar formas novas de trabalhar. Com isso, surgem diariamente novas maneiras para tudo, para se alimentar, se divertir, cozinhar e se organizar. E com essas novas maneiras, acabamos por fortalecer os círculos entre familiares, amigos e até com a vizinhança. Passou a existir uma troca mais intensa e assim, dia a dia vamos evoluindo e buscando melhorar o nosso papel como cidadãos, familiares, profissionais, amigos e vizinhos. O cenário dessa troca é o mesmo para todos em questão: a casa.
Vivemos cada dia mais intensamente a casa e ela está assumindo novos e maiores significados em nossa vida. Então minha cara amiga, ocorre que nunca esteve tão recente aquela sábia frase de que quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Portanto, mãos a obra 😉
Autoria: Morgana Portella Organizer