Quem de nós já não passou pela dor da perda de uma pessoa próxima e querida? E essa dor aumenta ainda mais no período do pós-luto, que é o momento de organizar os pertences daquele que nos deixou. Separar, organizar, guardar objetos que acabam por trazer à memória, lembranças do finado ente querido. Adentrar na residência, abrir as gavetas e armários, remexer nas coisas.
E isso não é nada fácil, cada objeto tem um significado, um valor emocional, mas ao mesmo tempo, não dá para viver tomado por coisas para as quais não se tem espaço e muitas que trazem lembranças tristes. Não se deve guardar nada por remorso, preso pela ideia de que poderá ferir a pessoa que morreu. E na verdade é aí que as pessoas travam e não conseguem ir adiante. Esperam dias ou meses e outras até anos para tomarem a iniciativa de executar esta missão.
E aquela tarefa que parece impossível para uns, para outros acabou se tornando um serviço, que nos dias de hoje é executado pelas profissionais de organização, especializadas em organização pós-luto. Elas fazem o levantamento dos objetos, roupas, fotos, documentos, inventário, processo de avaliação dos itens, separando os que serão mantidos e os que serão doados ou vendidos, os que serão entregues aos familiares como forma de lembrança. Podem embalá-los e etiqueta-los com o nome ou local de destino. Também tomam as devidas providências de venda dos itens, caso necessário e solicitado pelo contratante.
Podem auxiliar na preparação da casa, reorganização dos espaços, fazer mudanças de modo confortável e agradável mantendo a ordem com novos ares, podendo ainda contratar profissionais para executarem possíveis reparos ou reformas, limpeza do espaço, antes de entregar o imóvel onde residia o falecido.
Sem dúvida nenhuma, um trabalho extraordinário, pois a ideia é proporcionar aos enlutados certo alívio, não deixando a eles tal incumbência, permitindo assim que possam viver esse momento de dor, com o menor sofrimento possível.
Redator: Morgana Portella